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Estou me sentindo exausto; pode ser burnout?

A síndrome de burnout é caracterizada por sentimento de exaustão, queda do desempenho profissional e desmotivação - iStock
A síndrome de burnout é caracterizada por sentimento de exaustão, queda do desempenho profissional e desmotivação - iStock

Redação Publicado em 26/01/2022, às 18h00

“Doutor, nos últimos tempos tenho sentido uma exaustão extrema e, mesmo assim, não consigo ter um sono reparador. Pode ser burnout?”

Sim, pode ser burnout. Mas também existe a possibilidade de ser uma série de outras situações. Pessoas que enfrentam transtornos de ansiedade, quadros de depressão ou que estão submetidas ao estresse prolongado e muito intenso, por exemplo, podem apresentar exatamente esses mesmos sintomas. 

Em casos assim, seria muito importante procurar ajuda de um profissional de saúde mental para que obtenha uma avaliação precisa. 

Além disso, existem outras recomendações gerais, como praticar atividades físicas com regularidade, ter uma alimentação saudável, frequentar “áreas verdes” e fazer coisas que gosta. Tudo isso pode ajudar a buscar de volta o seu equilíbrio.

O que é burnout?

O termo burnout foi cunhado pelo psicólogo Herbert Freudenberger na década de 1970 para descrever uma condição de estresse que leva a uma exaustão física, mental e emocional severa. Ele tem origem na expressão em inglês, que significa “queimar até se reduzir a cinzas” e é utilizado para fazer referência ao estado de esgotamento provocado pelo trabalho.

A síndrome de burnout, como é conhecida, possui três dimensões:

  1. Sentimento de exaustão ou esgotamento da energia: o cansaço persiste mesmo após alguns dias de folga; 
  2. Falta de identificação com o trabalho ou sentimentos de negativismo e desmotivação relacionados ao emprego
  3. Redução do desempenho profissional: a pessoa se sente mal em relação às tarefas que realiza e a produtividade cai.

De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), burnout afeta 30% dos trabalhadores brasileiros ou cerca de 30 milhões de pessoas. Entre os fatores de risco estão a pressão do tempo (policiais e bombeiros), a falta de comunicação e suporte pelo empregador, tratamento injusto e carga excessiva de trabalho. 

Confira:

Quais são os principais sintomas?

A síndrome de burnout pode afetar em grande proporção o bem-estar e a qualidade de vida de quem convive com a condição. Conheça quais são os principais sintomas:

  1. Esgotamento: a pessoa se sente fisicamente e emocionalmente esgotada. Entre os sintomas físicos que podem aparecer estão: dores de cabeça, insônia, dores de estômago e alterações de apetite;
  2. Isolamento: indivíduos com burnout tendem a se sentir sobrecarregados. Como resultado, podem parar de socializar e confiar em amigos, familiares e colegas de trabalho;
  3. Busca por escapes: insatisfeitas e estressadas com seus empregos, pessoas com burnout podem fantasiar em "fugir" ou em saírem de férias sozinhas. Em casos extremos, podem recorrer a drogas, álcool ou comida como uma maneira de “mascarar” sua dor emocional;
  4. Irritabilidade: o burnout pode fazer com que as pessoas percam a calma com amigos, colegas de trabalho e familiares mais facilmente. Lidar com estressores normais, como se preparar para uma reunião de trabalho, levar as crianças à escola ou cuidar de tarefas domésticas também pode ser um problema, especialmente quando as coisas não saem como planejado;
  5. Doenças frequentes: o burnout, como outros estresses em longo prazo, pode diminuir o sistema imunológico, tornando a pessoa mais suscetível a resfriado, gripe e insônia, bem como mais vulnerável a outras questões de saúde mental, como depressão e ansiedade.

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